segunda-feira, 20 de julho de 2015

O olhar de Jesus, as mulheres e a viagem do Papa

Crónicas

Diz-me como olhas...! é o título do comentário de Vítor Gonçalves aos textos bíblicos da liturgia católica de domingo passado. Escreve ele:

É claro que Jesus é o “bom oftalmologista”, e o Espírito Santo o melhor remédio. Mas há pequenas grandes coisas que ajudam à prevenção das nossas cegueiras: menos discursos e mais vida; menos juízos e mais perdão; menos indiferença e mais entreajuda; menos escuridão e mais sol; menos tristeza e mais jovialidade; menos “sacristia” e mais “praça”; menos isolamento e mais partilha; menos “óculos escuros” e mais “olhos nos olhos”! Que bom vermo-nos!
(texto para ler aqui na íntegra)


Na crónica de domingo, no Público, frei Bento Domingues recordava os Cursos de Cristandade só para homens, para evocar depois cinco mulheres. Sob o título A religião não é para mulheres, escreve:

É sempre como mulheres e homens que Deus os cria e recria, sem subordinações nem imposições recíprocas. São apenas admiravelmente diferentes e cooperantes. Substituindo o poder de dominar pelo gosto de servir a emancipação de todos os seres humanos, as mulheres retomam o testemunho do Evangelho da ressurreição do mundo.
Foi assim que conheci Maria Natália Duarte Silva Teotónio Pereira (1930-1971); Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004): Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004); Ana Vicente (1943-2015); Maria de Jesus Simões Barroso Soares (1925-2015). Evoco apenas aquelas que já vivem na alegria de Deus e no cuidado da nossa Casa Comum.
(texto para ler aqui na íntegra)


A viagem do Papa à América Latina é o tema dos outros dois textos. No DN de sábado, Anselmo Borges escrevia sobre Francisco e o “crucifixo comunista”:

Habituados a ler a história pelo lado dos vencedores, esquecemos o seu reverso: a história dos vencidos, que também são gente, com igual dignidade, embora espezinhada. Francisco vai lê-la precisamente a partir desse outro lado: o das vítimas. E lá está o seu discurso, histórico, no encerramento do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, um dos mais surpreendentes da sua autoria. (...)este sistema “já não se aguenta, os camponeses não aguentam, os trabalhadores não aguentam, os povos não aguentam”. E a Terra “também não aguenta”. Daí, a convocação de todos para uma “mudança de estruturas” e para a conversão. (...) E é preciso saber que “o futuro da humanidade não está apenas nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos Povos”.
(texto para ler aqui na íntegra)


No CM de sexta, Fernando Calado Rodrigues escolhe o mesmo tema. Tentando responder à pergunta Um Papa revolucionário?, escreve:

As palavras corajosas de Bergoglio incomodam muitos que continuam a incensar o sistema capitalista e a professar a fé cega no mercado livre, até em cursos de economia das universidades católicas. Destacam as suas virtualidades e escamoteiam as suas perversidades, que estão na génese de fenómenos de “pobreza, desigualdade e exclusão”. A esses, o vaticanista Andrea Tornelli recorda que o Papa se limita a repropor os ensinamentos da tradição cristã. E a discussão não deve ser se ele é “comunista ou se fala demasiado dos pobres”, mas “por que é que na Igreja estes ensinamentos têm sido esquecidos ao ponto de parecer revolucionária a pregação do Papa argentino?”
(texto para ler aqui na íntegra)

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