domingo, 10 de março de 2013

O paradoxo católico e a anatomia do conclave


Crónicas

Na sua coluna de sábado no DN, Anselmo Borges escreve sobre o “imenso paradoxo” da Igreja Católica: 
A Igreja Católica leva consigo um imenso paradoxo. O sociólogo Olivier Bobineau descreveu bem a situação. "A Igreja católica é uma junção paradoxal de dois elementos opostos por natureza: uma convicção - o descentramento segundo o amor - e um chefe supremo dirigindo uma instituição hierárquica e centralizada segundo um direito unificador, o direito canónico. De um lado, a crença no invisível Deus-Amor; do outro, um aparelho político e jurídico à procura de visibilidade. O Deus do descentramento dos corações que caminha ao lado de uma máquina dogmática centralizadora. O discurso que enaltece uma alteridade gratuita coexiste com o controlo social das almas da civilização paroquial - de que a confissão é o arquétipo - colocado sob a autoridade do Papa. Numa palavra, a antropologia católica tenta associar os extremos: a graça abundante e o cálculo estratégico. Isso dá lugar tanto a São Francisco de Assis como a Torquemada."
No Correio da Manhã de sexta, Fernando Calado Rodrigues escrevia sobre a anatomia do conclave. Olhando para o que se passou no momento de escolher os últimos papas, diz que poderemos ser surpreendidos na escolha que a partir de tera-feira sera feita pelos cardeais. O texto pode ser lido aqui.


Sem comentários: