segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A deriva securitária em França

A França, considerada "pátria dos direitos humanos", vive, nas últimas semanas, debates intensos, desencadeados pelas medidas do presidente Sarkozy que pretendem criar uma associação implícita entre imigração e criminalidade. Numa deriva de cariz securitário, e na sequência de acontecimentos dramáticos que envolveram comunidades romanis ou roms, Sarkozy decidiu desmantelar 300 acampamentos ilegais (200 dos quais de romanis) expulsar do país centenas de membros daquela etnia, originários da Roménia e da Bulgária, que se encontravam em situação ilegal em França.
Esta política e as circunstâncias e factos que lhe estão subjacentes têm tido pouca expressão nos media portugueses, especialmente no que se refere à relação destas medidas com a política interna francesa, com as outras comunidades imigrantes (nomeadamente a portuguesa) e com o facto de os dois países de destino das expulsões serem membros da União Europeia (ainda que em situação especial).
As igrejas, e nomeadamente a católica, mas também outras organizações da sociedade francesa, têm tido uma intervenção decidida neste acampo. O cardeal de Paris sublinhava, há dias, que o medo dos outros não é «nem a mensagem do Evangelho nem a mensagem de uma sociedade civilizada», enquanto o padre Arthur Hervet, de Lille, conhecido em França pelo trabalho que há muito desenvolve junto daquela etnia, anunciou neste domingo ter decidido devolver ao Ministério do Interior, em sinal de protesto, a condecoração de medalha de mérito, com que foi agraciado pelas autoridades, há quatro anos. Deixam-se aqui algumas sugestões de leitura de diferentes órgãos da imprensa:
E ainda:

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